18 de jun. de 2009

Publicidade vai crescer no Brasil.

América Latina será região com a maior alta nos gastos em mídia e entretenimento até 2013, aponta estudo feito em 48 países.

Mídias tradicionais, como jornais, revistas e TV, devem continuar com investimento em alta na região e registrar retração em outras áreas.

CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A América Latina - e o Brasil, em especial - está na contramão de previsões negativas na área de publicidade no mundo. É o que mostra o relatório "Entretenimento e Mídia Global - 2009-2013", divulgado ontem pela consultoria PricewaterhouseCoopers, após consulta a anunciantes, agências de publicidade e empresas de comunicações de 48 países.

Em sua décima edição, a pesquisa estima que, neste ano, os investimentos feitos em propaganda no mundo cairão 12,1%. No ano que vem, o declínio deve ser de 2,7% e, em 2011, haverá leve alta, de 1,4%. Mesmo assim, até 2011, a receita gerada com investimentos em propaganda continuará 13,3% menor do que a do ano passado.

A América Latina, no entanto, está longe de ver tamanho encolhimento de mercado, tanto nos investimentos feitos apenas em publicidade quanto nos realizados em entretenimento e mídia, como videogames e música digital.Só em publicidade, o aumento nos investimentos será de 1,9% na região.

A América Latina, segundo a pesquisa, também será a área de maior crescimento nos gastos em entretenimento e mídia, com alta anual média de 5,1%. Apesar de a consultoria esperar retração de 1% para este ano, a expectativa é que o crescimento volte à casa de dois dígitos em 2013.

Brasil em alta
Na região, o Brasil será o país com a maior expansão média nos investimentos gerais, com alta de 4,6% ao ano. Deverão ser movimentados aqui US$ 33 bilhões em 2013, ante os US$ 26 bilhões de 2008. Apenas com publicidade, o valor total estimado de investimentos para 2013 é de US$ 10,6 bilhões. No ano passado, os gastos somaram US$ 9,4 bilhões.

Outro ponto dissonante da América Latina em relação ao resto do mundo diz respeito à continuidade do crescimento das mídias tradicionais. Apesar de internet, videogame, música digital e outras novas mídias terem previsão de forte alta, jornais, revistas e TV não devem perder receita na região.

Não é o que deve acontecer em outros países. O mercado de jornais (que inclui faturamento com publicidade e circulação) na América do Norte cairá 5,8% entre 2009 e 2013, prevê a pesquisa. A mesma tendência se dará na Europa. Na Ásia, o número crescerá só 0,1%. Já na América Latina, a alta será de 1,9% no período. No Brasil, prevê-se avanço de 1,4%.

Fonte: Folha de S.Paulo