23 de fev. de 2012

OTIMISMO NAS NUVENS. VENDO A VISTA AZUL-CELESTE DA VIDA. (Fernando Jares Martins – Pelas Ruas de Belém).

Coincidências em comunicação são muito comuns. No jornalismo existem casos clássicos de jornais com a mesmíssima manchete principal da primeira página. Ocorrem, principalmente, quando são frases simples e óbvias, muitas vezes resultado da pressa em fechar a página/edição – naquele momento em que não dá mais para pensar em algo diferente. Em publicidade elas até mais comuns, em um mesmo dado momento histórico ou com eras de diferença. A coincidência de determinadas informações sobre utilidade e composição do produto ou serviço (cada vez mais comoditizados), público-alvo, distribuição, preço, etc. mesmo em briefings diversos, de agências diversas, em locais diversos, podem levar a uma criação muito parecida. Sem maldade ou má-fé.
Lógico que também existe a cópia pura a simples, plágio direto, a chamada chupada de canudinho... Mas isso é outra história, muito diferente... (conheci um “criativo” – não era paraense! – que arrancava as páginas dos anuários de onde copiava ideias... isso é desonesto!).
Essa história toda é para mostrar uma coincidência que descobri esta semana. Veja a capa da revista IstoÉ 2203, com data de 01/02/2012, que está nas bancas:

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Pois bem, a solução de associar a vida positiva, a visão otimista da vida, com bom humor, como sugere a IstoÉ, ao céu límpido, azulíssimo, de um belo azul-celeste, salpicado com algumas nuvens brancas, justo para identificar que se trata de um céu, emoldurado pela armação de óculos, já foi utilizada, há muitos anos, pela publicidade paraoara, que faz tempo é muito criativa e inovadora
O exemplo está aqui embaixo, o outdoor "Veja a vida com bons óculos", da antiga ótica Belém, que foi bastante exibido pelas ruas de Belém. Foi criação da Mendes Comunicação que abiscoitou com ele bons prêmios nacionais e até o na época muito festejado "Diploma de Excelência", como finalista do ClioAwards, de New York, em 1977. A ótica Belém, comandada pelo Pedro Mendes da Rocha, um cara que dava muito valor à boa publicidade, possibilitou a criação e produção de alguns dos melhores filmes daqueles tempos, como o clássico “Rodolfo Valentino”, que trouxe para o Brasil, para Belém, um dos primeiros Leões (de Bronze) conquistados pelo país no Festival Internacional do Filme Publicitário de Cannes, em 1978. Trabalhar com o Pedro Mendes da Rocha foi uma boa experiência que tive em meus tempos de atendimento publicitário. Mas voltemos ao outdoor. Repare na simplicidade e objetividade da peça, naturalmente de custo baixo, compatível com uma pequena loja, mas que, graças a uma comunicação eficiente e eficaz, valorizando a marca, criando confiança (essencial para a compra de lentes e armações) junto ao usuário de óculos, era bastante conhecida na cidade. Como um belo céu azul-celeste nunca sai de moda, entendo que esta é mais uma tremenda coincidência. O ilustrador Rica Ramos, autor da capa da IstoÉ, teria apenas alguns poucos anos de nascido quando este outdoor foi criado...

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