10 de jan. de 2013

Pelas ruas de Belém. Blog de Fernando Jares Martins.

UMA LEMBRANÇA EMOCIONAL E CLASSUDA
Provocar. Este é um verbo que deve ser muito bem conjugado por quem quer fazer boa comunicação publicitária. Provocar, estimular, não passar despercebido/a.
Interação. Na comunicação moderna este substantivo torna-se fundamental. Provocar uma ação recíproca, interagir com o receptor da mensagem.
Esta abertura gramaticista é para falar da lembrança de final de ano da Mendes Comunicação. A tradicional agência, ao longo dos tempos, prima pela qualidade dessa mensagem institucional.
Em 2009 nos questionava sobre plantar “Um pé de quê?” Explicando: “Plantar uma árvore é plantar um pé de esperança. É cultivar um sonho de ter um futuro e que esse futuro seja o melhor.” Você pode conhecer o cartão clicando aqui.
No ano seguinte o cartão tinha umas plantas “embutidas”, isto é, sementes de rúcula e de boca-de-leão no interior de cartelas em papel especial. Você pode ir até o cartão clicando aqui.
Em 2011 houve um apelo sensorial: a espocoterapia! O cartão vinha dentro de um envelope de papel-bolha, desse que se usa para embrulhar objetos frágeis, incentivando as pessoas a uma sessão de “espocoterapia”, isto é, a deliciosa ação de espocar essas bolhinhas (o revisor ortográfico insiste que deve ser “bolinhas”, mas se são pequenas bolhas... são bolhinhas. Ops, esta palavra está faltando no VOLP!). “Pratique a espocoterapia. Seja você mesmo com novas atitudes”, recomendava. Guardei-o e hoje o esporte é procurar qual bolhinha ainda não foi espocada. Fez muito sucesso e até ganhou Medalha de Prata no “Creativity Annual”, festival publicitário norte-americano.
Embora estivesse fora de Belém, ouvi uns rumores (positivos) sobre a versão 2012 da mensagem. Eis que chego e encontro uma bela caixinha enviada pela Mendes a aguardar-me:


Continha a utilíssima agenda que todos os anos nos presta importantes serviços, um saquinho lindinho e um cartão com um convite irresistível e a revelar o que havia no saquinho: petecas. O convite é para voltar aos bons tempos de criança – abandonemos, portanto, os eventuais maus tempos que nos tenham acontecido:


Viajemos nas petecas. Espie o que diz o texto completo:
Um convite para voltar aos bons tempos de criança.
Quem não brincou de peteca na sua meninice?
“Eu sou pri, você é fona”, lembra?

“Não dou teco”, lembra também?

E quantas vezes você comemorou a “tecada bandada”?

Convide um amigo para dividir a alegria da volta aos bons tempos de antigamente.

“Afubite” pra valer!

Tomara que estas “colombianas” ajudem a tornar mais divertido o seu ano novo.

Um ano “pai-d’égua”!

(Logo abaixo um glossário, mais que necessário nos dias informatizados e webtizados de hoje)
“Pri”, o primeiro a jogar. “Fona”, o último.
“Não dou teco” – quando uma peteca choca-se com a outra sem fazer barulho.
“Tecada bandada” – peteca quebrada.
“Afubite”- Ganhar todas as petecas do jogo.

“Colombianas” – petecas coloridas.

[Pra quem não é do Pará] “Pai-d’égua” – excelente!
E a mensagem está por aí a provocar as pessoas, a motivar ações e reações, interagindo com as lembranças, a sensibilidade, a emoção de cada um.
Dois artistas de primeiríssima grandeza, por quem tenho grande admiração, o fotógrafo Luiz Braga e o cronista João Carlos Pereira, usaram suas artes para dizer de sua relação com o brinde. O João Carlos sentiu-se “vencedor de todos os campeonatos de peteca” (leia a crônica “No Ano Novo, a infância que brinca”, clicando aqui). O Braga revelou “o quanto que a lembrança de Natal da Mendes me tocou” em bilhete acompanhado da fotografia abaixo. Leia “Luiz Braga e as colombianas”, clicando aqui.


De minha parte, mano, quando era criança pequena lá em Capanema, também brinquei de peteca, mas, muito mais, de tucum. Nos idos de 2009 contei essa história aqui pelas ruas de Belém, tendo como mote uma crônica do Raimundo Sodré: leia “As petecas do Sodré e os meus tucuns” clicando aqui.
Neste comecinho de 2013 uma das coisas que me sensibilizou nesta lembrança, além de atiçar mil lembranças de tacadas pela praça São Sebastião ou pela praça Moura, foi... a embalagem do brinde, como você pode ver nas fotos lá em cima. O cuidado, o esmero, a classe, na caixinha, onde a fita adesiva de fechamento é da mesma cor e tonalidade, na etiqueta (da qual apaguei o endereço...), no saquinho com as petecas, fechado com uma fita com dois laços, até no cartão, com essa tranquilizante e desafiadora cor da logo da Mendes. Classuda!, diria o saudoso jornalista Edwaldo Martins. Lembro-me muito bem dos cuidados de Oswaldo Mendes, o pai, ainda nos anos 70, com a apresentação de tudo que produzia: dos textos sem erros ortográficos (salve, salve, José Otávio Pinto!) e perfeitamente “datilografados” (salve, salve, Ana Lúcia!) sem nenhuma rasura, até o requinte de ter “papel de embrulho” próprio, com a logomarca da Mendes.
Continua firme!