UMA
LEMBRANÇA EMOCIONAL E CLASSUDA
Provocar.
Este é um verbo que deve ser muito bem conjugado por quem quer fazer boa
comunicação publicitária. Provocar, estimular, não passar despercebido/a.
Interação.
Na comunicação moderna este substantivo torna-se fundamental. Provocar uma ação
recíproca, interagir com o receptor da mensagem.
Esta
abertura gramaticista é para falar da lembrança de final de ano da Mendes
Comunicação. A tradicional agência, ao longo dos tempos, prima pela qualidade
dessa mensagem institucional.
Em
2009 nos questionava sobre plantar “Um pé de quê?” Explicando:
“Plantar uma árvore é plantar um pé de esperança. É cultivar um sonho de ter
um futuro e que esse futuro seja o melhor.” Você pode conhecer o cartão
clicando aqui.
No
ano seguinte o cartão tinha umas plantas “embutidas”, isto é, sementes de rúcula
e de boca-de-leão no interior de cartelas em papel especial. Você pode ir até o
cartão clicando aqui.
Em
2011 houve um apelo sensorial: a espocoterapia! O cartão vinha dentro de
um envelope de papel-bolha, desse que se usa para embrulhar objetos frágeis,
incentivando as pessoas a uma sessão de “espocoterapia”, isto é, a deliciosa
ação de espocar essas bolhinhas (o revisor ortográfico insiste que deve
ser “bolinhas”, mas se são pequenas bolhas... são bolhinhas. Ops, esta
palavra está faltando no VOLP!). “Pratique a espocoterapia. Seja você mesmo
com novas atitudes”, recomendava. Guardei-o e hoje o esporte é procurar qual
bolhinha ainda não foi espocada. Fez muito sucesso e até ganhou Medalha
de Prata no “Creativity Annual”, festival publicitário
norte-americano.
Embora
estivesse fora de Belém, ouvi uns rumores (positivos) sobre a versão 2012 da
mensagem. Eis que chego e encontro uma bela caixinha enviada pela Mendes a
aguardar-me:
Continha
a utilíssima agenda que todos os anos nos presta importantes serviços, um
saquinho lindinho e um cartão com um convite irresistível e a revelar o que
havia no saquinho: petecas. O convite é para voltar aos bons tempos de
criança – abandonemos, portanto, os eventuais maus tempos que nos
tenham acontecido:
Viajemos
nas petecas. Espie o que diz o texto completo:
Um
convite para voltar aos bons tempos de criança.
Quem não brincou de peteca na sua meninice?
“Eu
sou pri, você é fona”, lembra?
“Não dou teco”, lembra também?
E quantas vezes você comemorou a “tecada bandada”?
Convide um
amigo para dividir a alegria da volta aos bons tempos de antigamente.
“Afubite” pra valer!
Tomara que estas “colombianas” ajudem a
tornar mais divertido o seu ano novo.
Um ano “pai-d’égua”!
(Logo abaixo um glossário, mais que necessário nos dias
informatizados e webtizados de hoje)
“Pri”,
o primeiro a jogar. “Fona”, o último.
“Não dou teco” – quando uma peteca choca-se com a outra sem fazer
barulho.
“Tecada
bandada” – peteca quebrada.
“Afubite”- Ganhar todas as petecas do jogo.
“Colombianas” –
petecas coloridas.
[Pra quem não é do Pará] “Pai-d’égua” –
excelente!
E
a mensagem está por aí a provocar as pessoas, a motivar ações e reações,
interagindo com as lembranças, a sensibilidade, a emoção de cada
um.
Dois
artistas de primeiríssima grandeza, por quem tenho grande admiração, o fotógrafo
Luiz Braga e o cronista João Carlos Pereira, usaram suas artes para dizer de sua
relação com o brinde. O João Carlos sentiu-se “vencedor de todos os campeonatos
de peteca” (leia a crônica “No Ano Novo, a infância que brinca”, clicando aqui). O Braga revelou
“o quanto que a lembrança de Natal da Mendes me tocou” em bilhete
acompanhado da fotografia abaixo. Leia “Luiz Braga e as colombianas”, clicando
aqui.
De
minha parte, mano, quando era criança pequena lá em Capanema, também brinquei de
peteca, mas, muito mais, de tucum. Nos idos de 2009 contei essa história aqui
pelas ruas de Belém, tendo como mote uma crônica do Raimundo Sodré: leia
“As petecas do Sodré e os meus tucuns” clicando aqui.
Neste
comecinho de 2013 uma das coisas que me sensibilizou nesta lembrança, além de
atiçar mil lembranças de tacadas pela praça São Sebastião ou pela praça Moura,
foi... a embalagem do brinde, como você pode ver nas fotos lá em cima. O
cuidado, o esmero, a classe, na caixinha, onde a fita adesiva de fechamento é da
mesma cor e tonalidade, na etiqueta (da qual apaguei o endereço...), no saquinho
com as petecas, fechado com uma fita com dois laços, até no cartão, com essa
tranquilizante e desafiadora cor da logo da Mendes. Classuda!, diria o saudoso
jornalista Edwaldo Martins. Lembro-me muito bem dos cuidados de Oswaldo Mendes,
o pai, ainda nos anos 70, com a apresentação de tudo que produzia: dos textos
sem erros ortográficos (salve, salve, José Otávio Pinto!) e perfeitamente
“datilografados” (salve, salve, Ana Lúcia!) sem nenhuma rasura, até o requinte
de ter “papel de embrulho” próprio, com a logomarca da Mendes.
Continua
firme!