12 de jun. de 2010

As flores e o cartaz do Círio

João Carlos Pereira

Na semana passada, um grande amigo de Nossa Senhora, que ao longo dos anos tem oferecido a Ela algumas das mais belas decorações de sua berlinda, conseguiu, com a simplicidade de alguns ramos de pequenas orquídeas brancas, transformar o que era apenas natureza numa bela homenagem à Mãe de Deus. O grande amigo de Nossa Senhora, a quem me referi, é Paulo Morelli.

Usando apenas orquídeas brancas, ele conseguiu a forma da silhueta da Santa Virgem. Para que a imagem - ou a proposta de - ficasse completa, valendo-se de cipós, construiu um resplendor tipicamente amazônico. O resultado foi uma surpreendente homenagem à Rainha da Amazônia, na exata semana em que a Diretoria da Festa de Nossa Senhora de Nazaré apresentava um dos mais inspirados cartazes da história do Círio. A coincidência de datas não deve ter sido casual. O cartaz, assim como a decoração da berlinda, são elementos fundamentais no conjunto estético do Círio.

A imagem em forma de orquídeas ficou em exibição ao longo de uma semana, na vitrine da loja de flores de Morelli. O cartaz, que já começou a circular, este ano dispensou o complemento floral e revelou uma peça rara, fruto da criatividade da equipe da Mendes Comunicação. Um cartaz deve ser, conceitualmente, um instrumento de informação despojado. Quanto mais disser, com menos informação, melhor. Este ano, bastou uma foto aérea da saída do Círio, tendo como destaque a Catedral de Belém, para que a segunda foto - a da imagem de Nossa Senhora - avultasse em primeiro plano.
Tudo, em nome de Jesus, é para Ela, que outra coisa não faz, a não ser anunciar o Redentor e ensinar seu povo a amá-Lo.

A Catedral, pano de fundo, é uma referência - muito gentil, por sinal – à cadeira do Bispo. No ano da chegada de Dom Alberto Taveira Corrêa, saudá-lo de forma simbólica significa dizer, milhares de vezes, que ele é bem-vindo ao coração de seu rebanho. E quando a imagem da Rainha da Amazônia tem o primeiro plano, é porque a Igreja sabe que, sem Maria, nossa caminhada rumo a Jesus é impossível. A leitura mais simples – e também mais verdadeira - do cartaz é a de que a Igreja em Belém, sob o comando de Dom Alberto, ama a Mãe do Redentor e confia em seu pastor. A mensagem do cartaz é, assim como a da “imagem” criada por Morelli, uma só:
amor pela Senhora. Até outubro, milhares de lares, em todo o Pará – e mundo afora, onde houver uma família paraense - exibirão, orgulhosos, o cartaz do Círio 2010. Onde quer que eles estejam, se ouvirá uma declaração de amor à Maria de Nazaré, a seu Filho Jesus e, de maneira complementar, à Igreja em Belém do Pará.

A quatro meses do Círio, pequenos (grandes) gestos dizem não apenas do traço cultural de nossa terra e de nossa gente, mas falam, sobretudo, de uma relação amorosa com a Mãe de Jesus e nossa, com a Igreja de Jesus Cristo e com um homem extraordinário como Dom Alberto, que Belém já aprendeu a amar e amará por muito tempo, se Deus quiser. Que esta cidade, cujo nome significa “casa do pão”, seja, para ele, a sua casa.

Jornal “Voz de Nazaré”, da Fundação Nazaré de Comunicação, de Belém, Pará – edição nº 410 – 11 a 17/06/2010.