29 de jun. de 2012

Lançado o livro de Abilio Couceiro.

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Um dos empresários mais antigos da publicidade paraense, hoje retirado, Abilio Couceiro, lançou na quinta-feira, na sede da Fiepa, o seu livro de memórias, cujo Prefácio é assinado por Oswaldo Mendes, e que reproduzimos a seguir.

                        “Abílio Couceiro foi meu concorrente num tempo em que concorrente era uma palavra do bem.

                        Abílio aprendeu muito comigo; eu também aprendi muito com ele.

                        Juntos, dividimos dúvidas e encontramos soluções para traçar as linhas-mestras do setor, que ora se implantava no Pará.

                        Juntos, sonhamos com a Madison Avenue em pleno bairro do Comércio em Belém.

                        Juntos, fundamos a APP – Associação Paraense de Propaganda, a primeira entidade publicitária do Norte.

                        Abílio não veio de mãos abanando para a publicidade: além da coragem, ele trouxe um rico currículo de profissional de rádio e televisão. E tinha a idade que lhe asseguraria uma longa trajetória empresarial.

                        A passagem de Abílio pelo negócio de agência de publicidade, que se iniciava no Norte, foi profícua. Abílio era, antes de tudo, um planejador, o chef de cuisine que cria, inova e comanda o seu grupo como o maestro à frente de uma orquestra.

                        Abílio também era o diretor de atendimento da Mercúrio, ele mesmo apresentando, defendendo as campanhas, o planejamento de mídia e os orçamentos de produção.

                        O mercado, especialmente os jovens que estão se iniciando numa das diferentes atividades que Abílio trilhou com sucesso, ninguém o perdoaria se ele não colocasse no papel as suas experiências, os seus ensinamentos, o seu exemplo de profissional inteligente e empresário irrequieto, tão apressado que foi um dos primeiros, em Belém, a comprar uma lambreta para encurtar caminhos.

                        OSWALDO MENDES.”

28 de jun. de 2012

Magazan Cidade Nova inaugurou!

A mais nova loja do Magazan inaugurou nesta quinta-feira, na Cidade Nova VI.

Esta é a 9ª loja do Magazan.

Reproduzimos os anúncios publicados hoje nos jornais locais, comunicando a abertura do mais novo Magazan, uma cidade de novidades na Cidade Nova.

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Sucesso, Magazan Cidade Nova!

O Magazan Cidade Nova inaugurou nesta quinta-feira.

Para saudar o fato, a Mendes publicou, nos jornais locais, o anúncio que estamos reproduzindo.

Esta é a 9ª loja do Magazan. A Mendes atende a sua conta publicitária há 20 anos.

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21 de jun. de 2012

Revista Meio & Mensagem - Especial Região Norte

Entrevista de Oswaldo Mendes, Filho.

O senhor poderia começar falando um pouco sobre a história da Mendes, desde o seu início até os dias de hoje?

A Mendes começou antes da Mendes, nos idos de 1956, quando meu pai fundou a primeira agência de publicidade da região, a Santos-Mendes, em sociedade com o radialista Avelino Henrique dos Santos. Foram eles que começaram o negócio de agência como ele era entendido, como ele funcionava, segundo os cânones do mercado à época. Eles se separaram 5 anos depois, ficando Avelino com a Santos-Mendes, que virou SM Publicidade.
Mendes saiu para abrir a Mendes Publicidade.
Isso aconteceu em 1961, no mesmo ano em que a então maior agência do País, a J. Walter Thompson, encomendara um estudo de mercado para analisar a possibilidade de abrir escritórios em Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Belém.
O estudo em questão desaconselhou a abertura da filial de Belém, pela inexistência de mercado para uma agência.
A Thompson não veio para Belém por causa disso.
A Mendes, como nada sabia desse estudo, abriu e criou o mercado.
Pouco tempo depois, Renato Castelo Branco, presidente da JWT, veio a Belém para negociar um acordo que a conta da Pepsi exigia, e contou essa história ao meu pai. Tornaram-se grandes amigos, e a JWT manteve esse acordo com a Mendes por longos anos.
A Mendes começou com contas do Pará e do Amazonas, mesmo sem abrir de saída escritório em Manaus, na base da ponte-aérea Belém/Manaus.
Ao contrário do que se possa imaginar hoje, o peso das contas de varejo era menor que o das demais contas, nos primeiros tempos da Mendes.
A Mendes tinha conta de aviação comercial - a Paraense, Transportes Aéreos -, contas de banco - o Banco da Amazônia e o Banco Comercial do Pará -, conta de refrigerantes - o GuaraSuco, que também engarrafava Pepsi -, conta de cerveja - a Cerpa -, contas de indústrias - Cimento Carneiro, Óleo Pitéo, Sabonete Phebo, entre outras -, conta de hotel - Intercontinental (sucessor do Grande Hotel) - , conta de operadora telefônica - a Cotembel, que virou Telepará -, conta de indústria farmacêutica - a Ibifam, que produzia o famoso Dissolpedra, um “santo remédio” para os rins, etc.
A necessidade de acompanhar a produção gráfica e eletrônica no Rio (então capital da República) levou a Mendes a abrir escritório na Cidade Maravilhosa. Também porque ali era base importante das operações da Paraense Transportes Aéreos.
Desativamos esse escritório quando o mercado paraense aparelhou-se suficientemente para atender às nossas necessidades gráficas, de som e comerciais de televisão.
As contas importantes que atendíamos no Amazonas impôs a abertura de escritório em Manaus.
Em certa época, operamos também em Fortaleza.
A Mendes formava os seus próprios profissionais, numa época em que não existia escola de comunicação no Pará. O que levou o jornalista Romulo Maiorana, diretor de “O Liberal”, a nos chamar em texto no seu jornal de “escola de propaganda do Pará”.
A Mendes também se orgulha de formar anunciantes, tantos são os que fazem parte da nossa carteira de clientes desde o primeiro dia de suas existências. Aliás, o índice de fidelização dos clientes da Mendes é certamente o maior das agências em funcionamento no País, o que nos deu o Prêmio Aliança, da Associação Brasileira de Anunciantes, pela existência em nossa carteira de contas com mais de 30 anos de casa.
A Mendes, inovadora desde os primeiros tempos, talvez seja a única agência brasileira que já teve um gráfico em sua folha de pagamento e uma pequena gráfica dentro de suas instalações, numa época em que os anúncios de jornal e revista e outras peças gráficas exigiam um clichê para serem impressos. A produção era feita dentro da Agência.
Também numa época em que não existiam empresas de controle de rádio, a Mendes negociou com a direção do Presídio São José a escuta e controle das programações radiofônicas. Os presidiários que se candidataram ao serviço eram pagos, e os seus boletins eram reconhecidos pelas emissoras que nunca contestaram as falhas anotadas. 

Quais foram os momentos mais marcantes da agência nestes 50 anos de existência?
Acho que o primeiro momento marcante foi o próprio nascimento da Mendes. Não existia mercado para agência no Pará, dizia o estudo contratado pela maior agência do País.
Outro momento marcante foi o lançamento do turboélice Fairchild Hiller 227 B, um avião produzido nos Estados Unidos, que rebatizamos com o nome francês de Hirondelle – andorinha.
A Fairchild gostou do nome, e pagou a campanha de lançamento que levou a Paraense ao topo das companhias de aviação do País no período 1967/68 – foi a empresa que mais cresceu naqueles anos, tomando por base a relação passageiros/quilômetros transportados.
Outro momento marcante foi o da campanha “Usou. Desligou”, criada para a Eletronorte/Celpa, quando o Pará atravessava séria crise energética. A Mendes foi chamada para criar uma campanha de racionamento – Belém ficaria algumas horas sem luz, a cada dia. Foi a Agência, junto com o Diretor de Comunicação da Eletronorte, Maurício Coelho, que levou à Diretoria da Eletronorte a contraproposta de uma campanha de racionalização do consumo de energia elétrica.
Desafio aceito, campanha posta na rua, o resultado foi alcançado: Belém reduziu o consumo de energia elétrica em mais de 11%. Só para se ter ideia do que esse total representa, vale lembrar a redução forçada do consumo com a Hora do Verão no País, em torno de 5%.
A necessidade de Belém, naquela altura, fim dos anos 70, era permitir que as termoelétricas continuassem funcionando até entrar em funcionamento a hidrelétrica de Tucuruí, então em construção.
Outro momento marcante foi a campanha do guaraná GuaraSuco, que completava a sua linha de refrigerantes engarrafando Pepsi, marca para a qual trabalhávamos como representantes da Thompson.
GuaraSuco e Pepsi dominaram o mercado local.
Coca-Cola fechou a sua fábrica em Belém.
GuaraSuco passou a ser engarrafado também no Nordeste.
Momentos marcantes foram também a fundação do Sindicato de Agências de Propaganda do Estado do Pará, a fundação do capítulo paraense da Abap, a fundação do capítulo paraense da ADVB e a fundação do CDL de Belém.
Oswaldo Mendes fundou o Sindicato, os capítulos da ABAP e da ADVB e foi seu primeiro presidente.
Ele e Abílio Couceiro, nosso concorrente da Mercúrio, convidaram alguns lojistas para fundar o CDL, que os homenageou com o título de Sócio Benemérito da entidade.
Marcante foi o dia em que recebemos o Prêmio Caboré de Agência do Ano, até agora, a única agência fora de São Paulo a conquistar essa premiação.
Marcantes foram os dias em que recebemos em Cannes os primeiros Leões já conquistados ali por uma agência do Norte.
Marcantes, em verdade, foram todos os lançamentos que a Mendes já fez.
Marcantes são sempre os momentos em que chega uma nova conta à Agência.
Marcante é cada ano dos 50 que a Mendes já viveu com muita intensidade, muita garra, e muitas vitórias. 

O seu pai é uma figura presente e importante no dia-a-dia da empresa. O senhor se sente privilegiado de poder trabalhar com o seu pai?
É claro que sim. O mais importante, além do fato de ser meu pai, é que convivo, diariamente, com uma pessoa extremamente produtiva, atualizada, focada no negócio.
A Mendes, particularmente o seu departamento de Criação e o Planejamento, devem e dependem muito dele.

A Mendes tem colaboradores que estão na agência desde o seu início. A que o senhor atribui esta atmosfera, que faz as pessoas ficarem na empresa por tanto tempo?
Eu diria que é a forma de trabalhar da Agência.
A Mendes sempre foi uma verdadeira escola, formando os melhores profissionais da terra.
Muitos deles acabaram ficando.
Mas, apesar de nossos 50 anos, somos uma equipe jovem, experiente e que sabe somar com os mais antigos que aqui trabalham. 

De que forma a Agência tem investido na qualificação dos seus profissionais?
Investimos através do custeio de cursos, seminários, etc.
Aqui na Mendes, nós temos um programa, chamado “Encontros da Mendes”, onde, sempre que possível, trazemos um profissional, não necessariamente ligado a nossa área, mas que possa somar conhecimentos, para trocar ideias com o nosso pessoal.
Neste sentido, já trouxemos o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, arquiteta, professor, etc.
Assinamos uma série de Anuários, Livros e Revistas especializados justamente para reciclar o nosso pessoal e mostrar a ele o que existe de mais moderno em comunicação no mundo.
Enfim, estas são algumas das ações que realizamos com vistas à qualificação do nosso pessoal. 

Como o senhor vê a indústria da comunicação, propaganda e marketing na Região Norte em geral e no Pará em particular?
O Brasil é a bola da vez. Ouso dizer que o Norte é a bola da vez para o Brasil.
Acredito num futuro promissor para todos nós que fazemos esta região.
O Pará, particularmente, tem tudo para crescer, ou melhor, para continuar crescendo.
A reboque disso tudo, vêm a comunicação, os anunciantes, os veículos, as agências.
O nosso mercado é criativo e tem projeção internacional.
O que ainda nos falta é verba.
Ah!, se tivéssemos as verbas dos anunciantes dos grandes centros... 

Quais são os principais clientes da Mendes atualmente, e quais foram as novas contas que chegaram recentemente à agência?

                         Importadora de Ferragens S.A.
                                         Revenda Chevrolet. Peças e serviços GM.
                         Unama/Universidade da Amazônia.
                                         Cursos superiores de graduação. Pós-graduação.
                         Laboratório Dr. Paulo C. Azevedo.
                                         Laboratório de patologia clínica e anatomopatologia.
                         Magazan.
                                         Loja de departamentos.
                         Grupo Agropalma.
                                         Creme vegetal, gorduras e margarinas.
                         Status Engenharia

                                         Construção e incorporação de imóveis. 

                          Ocrim S.A. Produtos Alimentícios

                                         Biscoitos e massas alimentícias Ricosa. 

                          Unimed Belém

                                         Plano de saúde. 

                          Norte Refrigeração

                                         Refrigeração, climatização e comercialização de máquinas

                                         e equipamentos para empresas do ramo alimentício. 

                         Boulevard Shopping

                                         Shopping Center. 

                         Claro Norte

                                         Telefonia celular.

                                         (Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará e Roraima) 

NOVOS CLIENTES:

                                   Vale                                                  Mineradora.         

                         UniCred                                         Cooperativa de crédito.                        

                         Plancon                                         Construtora e Imobiliária. 

A Mendes tem clientes nacionais, contas de abrangência nacional. O senhor poderia contar como é o desafio de fazer o atendimento de uma conta nacional a partir de Belém?
Atendemos a conta da Claro, em acordo operacional com a Ogilvy, nos estados do Pará, Amazonas, Amapá, Roraima e Maranhão.
Também já atendemos a conta do Banco da Amazônia em toda a Amazônia Legal, que engloba 7 estados.
Com a internet, hoje, e através de acordos operacionais com agências regionais, não sentimos nenhuma dificuldade em fazer este atendimento.
A Mendes conhece a Região Norte como a palma de sua mão. 

O senhor é um dos principais articuladores da Festa do Círio de Nazaré, participando, inclusive, da sua organização. Que sentimento o senhor tem ao ver que o Círio se transformou em um grande evento, com repercussão nacional e internacional?
O Círio de Nazaré, realizado no segundo domingo de outubro, em Belém, em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, é, sem sombra de dúvida, a maior manifestação de fé mariana do mundo. Ele reúne, na grande procissão do domingo, mais de 2 milhões de pessoas, entre paraenses e turistas.
É uma festa que, na verdade, dura 15 dias, durante os quais são realizadas 11 romarias e procissões.
Para o comércio, depois do Natal e do Dia das Mães, é a data mais forte de vendas.
Por tudo isso é que existe uma instituição, a Diretoria da Festa de Nazaré, formada por leigos, profissionais liberais, médicos, servidores públicos, publicitário, etc., cuja finalidade é organizar a festa.
O trabalho que fazemos, principalmente desde o ano de 2003, de profissionalizar o evento, tem permitido divulgá-lo além-fronteiras do nosso estado.
Hoje, com certeza, o nosso Círio já é conhecido lá fora. Não ainda como gostaríamos que fosse, mas já demos o pontapé inicial.
Por tudo isso é que o sentimento que me abraça é o da emoção. O paraense é devoto de Nossa Senhora de Nazaré. Ver, em todo o país e até fora dele, o reconhecimento à festa em sua homenagem nos enche de orgulho. 

O senhor acredita que o apoio da iniciativa privada contribuiu para o crescimento e amadurecimento do Círio de Nazaré?
Em 2003, quando sentimos que os subsídios repassados pelos governos estadual e municipal para custeio do Círio não eram suficientes, resolvemos lançar o Projeto do Patrocinador Oficial, com o intuito de angariar recursos junto à iniciativa privada.
O Projeto, hoje, é uma feliz realidade. Contamos com empresas de porte, nacionais, como Bradesco, Oi, Eletronorte, Vale, Dufry, Infraero, e empresas locais, como Boulevard Shopping, Unama, Unimed Belém e Y.Yamada.
Em 2010, numa evolução natural deste Projeto, lançamos o Projeto Apoiador Oficial, destinado às pequenas e médias empresas, também da iniciativa privada.
Conclusão: é o mercado privado, local e nacional, o grande responsável, junto ao governo do estado e o do município, pela realização da nossa maior festa, além de contribuir, também, pelo custei o de 6 comunidades carentes e 3 creches, todas ligadas à Paróquia de Nazaré.  

Como o senhor analisa a discussão sobre a regionalização da publicidade brasileira; o senhor acredita que é preciso avançar mais na regionalização da comunicação das empresas?
É claro que sim.
As agências locais devem atender os clientes nacionais que atuam em seus estados.
Exemplo bem-sucedido disso é o que acontece com as operadoras de telefonia celular. Nós mesmos atendemos, em acordo operacional com a Ogilvy, a conta da Claro nos estados do Pará, Amazonas, Amapá, Roraima e Maranhão com enorme sucesso.
A discussão deste assunto no V Congresso da Indústria da Comunicação foi um importante avanço das agências regionais, capitaneadas pela Fenapro.

Este é um ano de eleições municipais. A Mendes estará envolvida em alguma campanha política em 2012?
A Mendes não faz campanha política. 

Que recado o senhor gostaria de dar sobre a responsabilidade que os profissionais da comunicação devem ter ao fazerem campanhas eleitorais?
Que eles sejam o mais verdadeiros possíveis. Afinal, vamos votar em homens e mulheres que vão governar este país. A má informação, ou a informação distorcida, pode levar a erro no voto. 

Como o senhor vê as perspectivas econômicas no Estado do Pará para os próximos anos?
Olha, o Pará não é mais uma promessa. Ele é realidade de desenvolvimento. Os grandes projetos estão implantados aqui. Basta citar um deles, o da Vale.
Temos uma cultura das mais ricas deste país, uma gastronomia reconhecida internacionalmente, um povo amável que recebe como ninguém, a maior festa religiosa do planeta, enfim, tudo o que se precisa para crescer e prosperar. 

Qual a sua visão sobre os veículos de mídia paraenses, qual a sua análise sobre a mídia local?
O mercado paraense de veículos é tão profissional quanto o dos grandes centros. Os nossos jornais são comparáveis aos melhores que existem no mundo em termos de qualidade gráfica.
Não devemos nada a ninguém.
O estado, apesar de suas dimensões continentais, está totalmente coberto pelos sinais das emissoras de televisão e pelas rádios.
Os profissionais que atuam nos veículos de mídia são competentes e preparados para responder às demandas das agências e do mercado.
Enfim, estamos muito bem servidos. 

Qual a sua opinião sobre o mercado anunciante local? O senhor acredita que alguns anunciantes ainda veem a publicidade como uma despesa, e não um investimento?
O mercado mudou, e para melhor. O anunciante profissionalizou-se. Possuímos grandes grupos varejistas, que encaram a publicidade como investimento, e não poderia ser de outra forma.
Eu diria que a nossa diferença para os mercados mais ricos é apenas no que diz respeito a verba. A nossa é infinitamente menor. Por isso mesmo que digo que o exercício diário que realizamos para encontrar grandes soluções com pequenas verbas nos torna um dos mercados mais criativos do país. 

Que avaliação o senhor faz do recente plebiscito que rejeitou a divisão do Estado do Pará? Acredita que o Estado ficou mais forte ao rejeitar a divisão?
É claro que saímos do plebiscito fortalecidos. O Pará é um só. O paraense é um só. Na verdade, esse foi um movimento feito por gente de fora, com outros interesses, que não os nossos, do povo do Pará.
Mas soubemos dar a resposta a altura. 

Como o senhor vê a conjuntura do Brasil de hoje, em comparação ao Brasil da época em que o senhor começou a sua carreira?
Muito diferente.
O Brasil hoje não é mais o país do futuro. Ele já é o futuro.
Crescemos, melhoramos os nossos índices, principalmente os de qualidade de vida da população.
Nos situamos como uma das principais potências comerciais do planeta.
Mas ainda existem problemas, é claro.
Com relação ao nosso negócio, a evolução foi fantástica.
Saímos do pincel e da régua T para o computador. Deixamos o clichê, depois o fotolito, no Museu, para contar história. Não apenas as agências se profissionalizaram, mas também os clientes e os veículos. Enfim, evoluímos.
É verdade que a cobrança, hoje, é maior.
É verdade que a concorrência também cresceu.
Mas desenvolvemos muito, tornando o nosso produto um dos mais eficientes e criativos do mundo.

O futuro da Amazônia é objeto de preocupação para o senhor?
Eu cresci ouvindo e lendo as histórias e previsões mais esdrúxulas sobre a Amazônia, até um grande lago que seria formado no centro da região segundo Hermann Kahn, de quem se falou muito e hoje nem é lembrado.
Não irei perder os últimos cabelos da cabeça preocupado com o futuro da Amazônia.
Acredito firmemente que a região será cada vez mais brasileira e mais bonita, mais rica e mais cobiçada. 

Para terminarmos, como o senhor vê o futuro da agência para os próximos 50 anos?
Estamos trabalhando para comemorarmos o centenário da agência, como o fizemos nos 50 anos: Mendes, 50 anos com corpinho de 25.






20 de jun. de 2012

Armando Mendes

Vai o homem, fica a mensagem
                                   José Seráfico
 

Quando se reduz qualquer prognóstico otimista da reunião Rio Mais Vinte, desaparece um dos maiores propugnadores de uma economia menos desigual. Refiro-me ao professor Armando Dias Mendes, falecido na última sexta-feira, em Brasília.

Desde a obra que o revelou como intelectual preocupado com os destinos da Amazônia que lhe serviu de berço, Armando Mendes percorreu trajetória que o torna um dos nomes referenciais na compreensão da realidade da região.

Pouco foi meu contato com ele, quando eu ainda vivia no Pará, terra que nos deu chão, do nascimento até certa altura de nossa adultez. Cada qual a seu tempo.

Universitário ainda, sabia da presença na diretoria da Faculdade de Ciências Econômicas da UFPA, do autor de Viabilidade econômica da Amazônia e, depois, de A invenção da Amazônia. Sabia-o, também, destacado líder católico e político de carreira fugaz. Não era nas tribunas parlamentares que Armando poderia desenvolver sua curiosidade por compreender a Amazônia, nem alcançar a formulação de propostas que a fizessem superar as dificuldades políticas, sociais e econômicas que marcam a região.

Seguindo caminhos diversos, ele e eu, em 1974 e 1966, respectivamente, buscamos outros espaços onde a sobrevivência pessoal e familiar e o compromisso com a luta social encontrassem campo propício.

Vim bater em Manaus, oito anos antes que Armando se transferisse para Brasília. Um aparente plágio de sua obra A invenção da Amazônia inaugurou amizade superior a qualquer divergência política ou religiosa. Pediu-me ele, quando do lançamento de livro com o mesmo título do seu, que lhe enviasse um exemplar. Solicitava, ainda, que eu conversasse com a autora, minha colega na UFAM (Neide Gondim), para esclarecer o suposto plágio. As explicações da autora, uma intérprete da Amazônia como criação literária, logo foram compreendidas por Armando. Ele, então, estabeleceu uma pena: o autógrafo de Neide. O livro lhe foi enviado, e ele se deu por satisfeito.

Mais tarde, na qualidade de ex-presidente do Banco da Amazônia, ele foi chamado a coordenar a edição de obra comemorativa dos sessenta anos do estabelecimento. A então Fundação Djalma Batista – FDB (hoje chamada Fundação Amazônica de Defesa da Biosfera – FDB) foi escolhida para tornar realidade o projeto que o ex-presidente persuadira o banco a editar.

Os meses que passamos, Armando e eu, a articular com os redatores dos diversos textos, contatar com as instâncias do BASA, os editores e demais pessoas envolvidas no projeto, serviram-me à certeza de estar diante de raro exemplar da espécie humana. Quase vinte anos mais novo que ele, jamais senti a imposição de uma só idéia ou sugestão. Buscava imitar-lhe, porém, o entusiasmo nem sempre fácil de captar, o compromisso com o desvendamento da realidade regional, o rigor científico exigível em trabalho de tamanha envergadura.

Vários foram os resultados desse trabalho cooperativo, nos planos institucional, intelectual e pessoal. Se, por um lado, o Banco da Amazônia conseguia oferecer uma obra destinada a servir de referência aos que buscam conhecer a região em que atua, os autores dos textos puderam sentir o reconhecimento de seu esforço em concorrer para a interpretação da própria história da Amazônia. Do ponto de vista pessoal, posso dizer que a aproximação com Armando despertou em mim o interesse por assuntos que só episodicamente atraiam minha atenção. Dentre eles, o das relações economia-ambiente. Mais que isso, do aproveitamento das potencialidades que a região oferece, superados os valores coloniais que explicam a submissão e a exploração costumeiras.

A casa e suas raízes (CEJUP, Belém, PA, 1996), nesse sentido, foi pioneira. Ali estão propostas que, hoje largamente utilizadas como slogans, antecipam os cuidados com o Planeta, a casa de todos nós.

Já no seu Amazônia modos de (o)usar (Valer, Manaus, AM, 2001), Armando Mendes chama a atenção para os potenciais amazônicos ainda por explorar, e sugere como fazê-lo.

Mais poderia ser dito sobre o homem que desapareceu no último 15 de junho de 2012. Nada, porém, mais exato que constatar o empobrecimento intelectual desta vasta região, tão necessitada de estudiosos e políticos (porque Armando, mesmo sem mandato, nunca deixou de sê-lo) que busquem para ela o que todos afirmam ser o seu destino.

Vai-se Armando Dias Mendes, mas permanece conosco a mensagem por ele deixada.


19 de jun. de 2012

ARMANDO MENDES

PELAS RUAS DE BELÉM -
FERNANDO JARES MARTINS

“NADA HÁ DE MELHOR PARA O HOMEM DO QUE ALEGRAR-SE COM O FRUTO DE SEUS TRABALHOS”

O mais importante economista do Pará não era economista por formação acadêmica, mas foi doutor Honoris Causa pela UFPA e Unama; dominando a linguagem complexa da economia, das antigas fórmulas de desenvolvimento às mais modernas técnicas de crescimento sustentável, era capaz de escrever com leveza e atração quase mágica, textos do coração, como em “Cidade Transitiva”.
Armando Mendes, que deu ao mundo lições de Amazônia, morre em plena Rio+20.” Foi assim, via Twitter do jornalista Palmério Dória, que eu soube, na manhã de ontem, domingo, do falecimento do dr. Armando. Dois dias ando meio desligado, como diriam Os Mutantes, e já a vida me prega esse susto. Sem muito traquejo com essas coisas e escreveres da economia, muitas vezes na vida vali-me de seus escritos e pensamento para entender lições da Amazônia, e chegar até onde precisava. Admiro-o de muitos anos, desde a juventude, antes mesmo de ter tido a oportunidade de trabalhar/aprender com seu irmão Oswaldo Mendes.
Intelectual de primeira linha, como eu imagino os melhores intelectuais, capaz e sempre motivado a dividir seu conhecimento. Aparência de carrancudo, com a cara séria que Deus lhe deu, uma simpatia quando com ele se falava.
Não vou ficar aqui escrevendo, escrevendo e escrevendo sobre Armando Mendes, um daqueles sujeitos que nos enche de orgulho de sermos paraenses. Foi-se derrepentinho, como certos pássaros que vemos nas copas das árvores: levantam voo e nunca mais os vemos. Mas fica a lembrança do canto ou da beleza da plumagem. Como Armando Mendes, que nos deixa a lembrança de um conhecimento afiado, atualizado, a serviço de sua gente. Nós.
Palmério foi conciso na definição. Como o foi o professor João Tertuliano Lins, da Faculdade de Economia da UFPA, amigo e aluno de Armando Mendes: “perdi um grande mestre e um segundo pai. Sua contribuição para a Amazônia e para a Universidade é imensa e sua perda é irreparável. Ficam na lembrança seu constante bom humor, disposição e cultura invejáveis.” (leia mais, no Portal da UFPA, clicando aqui).
Distante muitos quilômetros de minha toca de guardados, busco a abertura do “Cidade Transitiva”, que à época do lançamento dei ao meu genro e cá está muito bem conservado. Nela Armando Mendes usou, como uma das epígrafes, dois versículos do capítulo 3 do Eclesiastes:
Há um tempo para tudo e um tempo para todo propósito debaixo do céu.” (vers. 1) e “Tempo de atirar pedras, e tempo de recolher pedras; tempo de abraçar e tempo de se separar.” (vers. 5).
Permito-me o direito de invadir a criação do mestre e acrescentar o versículo 2: “tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado” para dizer que ele cumpriu os tempos sagrados de nascer e morrer e de plantar, só que deixou para os seus contemporâneos e para as gerações seguintes o tempo de arrancar e se beneficiar com o muito que por ele foi plantado.
E o autor sagrado conclui o capítulo 3 no versículo 22: “Verifiquei que nada há de melhor para o homem do que alegrar-se com o fruto de seus trabalhos. Esta é a parte que lhe toca.
Obrigado, dr. Armando, pela parte que nos deixou! Sua obra é inigualável. Sua carreira um modelo. Para conhecer mais sobre este grande paraense, leia seu valioso currículo, clicando aqui.



No último dia 6/6 Armando Mendes andou pelas ruas de Belém e proferiu a conferência magna na abertura do VI Encontro de Entidades de Economistas da Região Norte (ENAM), intitulada “1912 – 2012 Cem Anos da Crise da Borracha na Amazônia: Do Retrospecto ao Prospecto”. Na foto acima ele está com dirigentes de entidades de economia da região. (fonte: blog “Economia, Política e Religião”).
 

14 de jun. de 2012

Bragança.


Melissa Barra, nossa companheira de trabalho na Mendes, é fotógrafa nas horas vagas.
Sempre em busca do cenário perfeito, ela clicou Bragança num fim de tarde de um fim de semana.

11 de jun. de 2012

O Cartaz do Círio.

João Carlos Pereira – Jornal A Voz de Nazaré

A pouco mais de quatro meses da realização da grande procissão em honra de Nossa Senhora de Nazaré, a cidade já começou a viver o chamado  “clima do Círio”. O ponto de partida foi a apresentação, semana passada, do cartaz. Assim que a peça, criada pela Mendes Publicidade, tornou-se pública, as pessoas foram tomadas por um só e mesmo sentimento de encantamento: o cartaz não apenas é belíssimo, como entrará para a história como sendo uma dos mais bonitos de todos os tempos.

Preparar um cartaz, anualmente, a partir de uma única idéia e transformá-lo em uma proposta, ao mesmo tempo estática e religiosamente renovadas, não é tarefa fácil. Os criadores do cartaz sabem que terão de usar, obrigatoriamente, a mesma “modelo”, que é a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, coberta com o manto usado no ano anterior. O que se verá no fundo, ou ao lado, será um extraordinário exercício de criatividade, visto que não pode ser, apenas, um cenário ou um elemento de decoração.  É preciso que haja uma íntima ligação entre a Senhora e o sentimento de fé que aproxima as pessoas.

O cartaz do Círio é bem mais do uma peça publicitária, criada para divulgar a procissão. Ele possui uma dimensão igualmente devocional e as pessoas o recebem como se fosse a própria imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Na impossibilidade de tê-la em casa ou no trabalho, fica-se com a réplica ampliada. As pessoas gostam tanto do cartaz, e ele é de tal modo importante, que permanece afixado em diferentes ambientes, o ano inteiro. Mesmo depois do Círio, as pessoas o mantêm no lugar onde o colocaram, até que possam substituí-lo pelo novo.

O deste ano traz a marca do talento (eu diria melhor: da genialidade) de Luiz Braga e de Guy Veloso, e a assinatura, igualmente genial, da Mendes, que não apenas sobrepôs imagens, mas reconstruiu, a partir de duas fotos,  o Círio que trazemos impresso no coração.

1 de jun. de 2012

Cartaz lançado em evento público.

A praça santuário de Nazaré, em frente à Basílica-Santuário, foi pequena para conter a multidão que se concentrou ali na noite de quarta-feira última, para assistir ao lançamento do cartaz do Círio 2012.

Choveu muito por longo tempo antes do lançamento.

A multidão assistiu à Missa na Basílica, aguardando suspender a chuva.

O cartaz foi recebido com muitos e demorados aplausos.

A Arquidiocese de Belém e a Diretoria da Festa de Nazaré institucionalizaram o lançamento público do Cartaz do Círio há alguns anos, e a cada ano é maior a multidão na noite da apresentação de um dos maiores ícones da maior procissão religiosa do mundo.

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